Depois de perder a liderança para a rival RBR em Mônaco, quando Valtteri Bottas abandonou por conta de uma roda presa e Lewis Hamilton terminou na sétima colocação, a Mercedes ficou fora da zona de pontuação no GP do Azerbaijão neste domingo, com o finlandês fazendo uma prova discreta em 12º enquanto o heptacampeão cometeu um erro que o derrubou do segundo para o 15º lugar.
Essa foi apenas a terceira vez, na era dos motores híbridos da Fórmula 1, que a heptacampeã de construtores não pontuou com nenhum dos dois carros, em 143 corridas disputadas desde 2014. As outras raras ocasiões foram no GP da Espanha de 2016 e na etapa da Áustria, em 2018.
Classificado em segundo lugar no grid de largada em Baku, Hamilton ultrapassou Charles Leclerc pela liderança até ser superado por Max Verstappen e Sergio Pérez nas primeiras paradas da etapa. Com a relargada após o abandono do holandês, sua chance de retomar a ponta se esvaiu com um erro do próprio heptacampeão, que acionou por engano um botão de ajuste dos freios.
Enquanto isso, Bottas chegou a ir da nona para a 14ª colocação depois da relargada que sucedeu a primeira bandeira vermelha, acionada por Lance Stroll. Concluindo um final de semana sem grandes aparições, o finlandês recebeu a bandeirada apenas em 12º, sem pontuar pela segunda prova seguida.
GP da Espanha (2016)
Um dos momentos-chave da intensa rivalidade entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg no início da hegemonia da Mercedes também foi a primeira vez em que a equipe ficou fora do top 10 de uma corrida na era híbrida. Na ocasião, a terceira pole position do britânico parecia a chave para sua primeira vitória após quatro triunfos consecutivos do rival. No entanto, os dois carros se encontraram nos primeiros metros após a largada no Circuito de Barcelona, encerrando ambas as participações prematuramente e abrindo caminho para a primeira vitória de Max Verstappen na Fórmula 1.
GP da Áustria (2018)
Tendo Bottas na pole position e Hamilton em segundo no grid de largada, a liderança do campeonato estava em jogo na disputa do britânico contra Sebastian Vettel, então piloto da Ferrari. Hamilton assumiu a ponta da corrida na largada e, 14 voltas depois, viu o colega de equipe sofrer com um problema de pressão hidráulica e abandonar.
A cinco voltas para o fim, porém, foi a vez do britânico sofrer falhas no motor e deixar a prova - seu primeiro abandono desde o GP da Malásia de 2016. Mais uma vez, foi Verstappen quem se aproveitou do azar da equipe rival para faturar a quarta vitória de sua carreira. Terceiro colocado, Vettel retomou a liderança do Mundial com um ponto de vantagem, que perderia duas etapas depois, na Alemanha.
Ausência do pódio
O GP do Azerbaijão também marcou a primeira vez nos últimos sete anos em que nenhum piloto representou a Mercedes no pódio por duas provas consecutivas. Desde 2014, foram raras as vezes em que a equipe não terminasse com ao menos um carro entre os três primeiros; um total de 12 vezes, incluindo o GP de Sakhir de 2020, quando Hamilton foi substituído por George Russell, titular da Williams, após testar positivo para a Covid-19.