A abertura da fábrica impactou diretamente na vida da engenheira elétrica paraibana, Marylia Baié, funcionária do polo automotivo há seis anos, e na vida dos pernambucanos e nordestinos. “Enquanto ainda estava na universidade, eu e meus colegas pensávamos apenas em vagas fora do Nordeste. Não tínhamos muitas oportunidades, então participávamos de processos de seleção e trainee em fábricas e empresas em outros estados. Nunca imaginei que eu poderia trabalhar em uma indústria automotiva e em uma multinacional”, explica a analista de manufatura da Stellantis em Goiana.
A oportunidade surgiu para a engenheira no último ano do curso superior, por canais da própria universidade, em um momento em que a analista estava se preparando para dar continuidade na carreira acadêmica, em 2017. Durante os seis anos no Polo Stellantis, a engenheira já passou por diversos setores, como team leader (líder de equipe) e metodologia de produção, e atualmente trabalha como uma pessoa transversal de qualidade, se relacionando com diversos setores, para garantir a qualidade da produção da fábrica.
Para ela, o impacto também já é perceptível de uma forma geral na sociedade. “Nós movimentamos a economia e o conhecimento. As universidades já possuem vários projetos voltados para a indústria automotiva, porque agora temos algo no estado, que atende diversos municípios e a região. Hoje, os jovens que estão entrando no ensino superior, eles já entram sabendo que possuem a opção de trabalhar em uma fábrica automotiva e de desenvolver conhecimentos nessa área, que antes era algo muito distante, e agora está muito próximo”, explica.
O polo também investe diretamente na qualificação de profissionais em parceria com a Universidade de Pernambuco (UPE), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e centro de pesquisas locais.
Um dos destaques da pesquisa da Ceplan entre os benefícios sociais causados pela chegada da planta automotiva em Goiana foi o aumento nas taxas de aprovação no ensino fundamental e no ensino médio nos municípios da área de influência da Stellantis. Só no município de Goiana, as taxas da conclusão do ensino fundamental aumentaram de 82% em 2010 para 89,5% em 2015 e por fim, 94,2% em 2022. Em relação à conclusão do ensino médio, as taxas aumentaram de 81,8% em 2010 para 86,7% em 2015, finalizando com uma média de 97,4% em 2022.
O Polo Stellantis e o Parque de Fornecedores são responsáveis pela criação de emprego de 14,6 mil trabalhadores. Ao longo da cadeia produtiva, são gerados cerca de 60 mil empregos diretos e indiretos. Ainda segundo o estudo da Ceplan, cerca de 21% desses colaboradores são residentes de Goiana e 50% oriundos de cidades do entorno, contabilizando mais de 93% de empregados da Região Nordeste.